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MISHELLE DI SANT’OLIVA
Dias 7 e 8 de Março às 21h00
Dia 9 às 16h00
Pequeno Auditório
Legendagem em Português | M/16
Com GIORGIO LI BASSI, FRANCESCO GUIDA
Cenografia e figurinos EMMA DANTE
Encenação EMMA DANTE
Luz IRENE MACCAGNONI
Produção SUD COSTA OCCIDENTALE
Co-produção Festival delle Colline Torinesi
Espace Malraux, Scène Nationale de Chambéry drodesera>centrale fies
Agradecimentos AMAT – Associazione Marchigiana Attività teatrali
Garofano Verde, programação de Rodolfo di Giammarco
Agenciamento Fanny Bouquerel
Fotografia Alfredo d’Amato
Projecto gráfico karma/frog
A primeira bailarina do Olympia de Paris era uma mulher realmente bela: alta, loira, pele macia como a seda. No entanto, era o olhar dela que mais impressionava: quando olhava para alguém, fazia com que qualquer um se sentisse cada vez mais e mais pequeno…
Em Palermo, perto de Sant'Oliva, no bairro das prostitutas, Gaetano e Salvatore Luccheseare estão sentados nas suas cadeiras à espera de Mishelle. Gaetano recusa-se a olhar para o filho, mesmo sentindo a presença dele tão forte ao ponto de tremer; encafua-se na cadeira, sustém a respiração e escuta em silêncio. As memórias estão suspensas no ar, como as folhas de Outono que esvoaçam com o vento, e Gaetano, com a sua melhor roupa, senta-se à janela, com a cabeça apoiada no peito. O tempo já não existe. Há anos que Gaetano bate nas suas pernas de pedra com os punhos, chamando pela fada encantada que partiu um dia, deixando-o cair subitamente no seu corpo disforme.
O filho senta-se com as pernas abertas em frente à parede. Faz dez anos que o pai lhe virou as costas. E cada noite, ao luar, “o filhinho da francesa” embeleza-se com as suas melhores roupas. Uma vez terminada a metamorfose, naquela pequena sala abafada, ela liberta um perfume primaveril desesperado, de flores, que Gaetano não consegue suportar.
Mishelle está pronta, rude, dura e pesada, vibrando numa felicidade muda. Apesar da figura pesada e disforme, caminha com a cabeça erguida. Dá um beijo casto na testa do pai, e sem vergonha dirige-se para Sant'Oliva, caminhar de uma ponta à outra, para a frente e para trás…
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