Kersche – (Kér-sxe) – nome próprio. Palavra que teve origem numa noite de estúdio onde se enumeravam nomes à solta. Palavra sem significado aparente. Envolvida no design do disco e na estética do som ganha forma de cristal, diamante polido, transparente.
O novo disco dos Norton é isso mesmo. Um disco novo. Hoje em dia quase que como se de um objecto não identificado se tratasse. Um disco. Um álbum de canções novas onde se aplicam conhecimentos, experiências, onde se registam e documentam para sempre um período da vida de uma série de músicos.
Quatro rapazes que fazem música para o Mundo ouvir. São de Castelo Branco. As canções são de alguma forma glaciares. Frias mas incrivelmente envolventes nas programações, nas melodias, mais melódicas que nunca, na voz que remete as palavras para primeiro plano, nos sons que aparecem e desaparecem sem deixar nota de despedida. As canções deslizam entre si. É um disco para se ir ouvindo, sem pressas. Há ainda a força das guitarras que nos faz virar a página para um rock inteligente e com olho nas estéticas que no passado eram a maior marca da banda. Das palavras que se cantam surgem frases que apontam destinos íntimos, com vistas largas – “…the most beautiful view ” – cantam na segunda música.
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