quarta-feira, 14 de novembro de 2007

ANTESTREIA - LUZES NO CREPÚSCULO com a presença do Realizador Aki Kaurismäki


LUZES NO CREPÚSCULO conclui a trilogia iniciada por “Nuvens Passageiras” e “Um Homem
sem Passado”. O primeiro filme da trilogia foi sobre o desemprego, o segundo sobre os
desalojados, e o tema de LUZES NO CREPÚSCULO é a solidão. Como o pequeno vagabundo de
Chaplin, o protagonista, um homem chamado Koistinen, procura no duro mundo uma
pequena brecha pela qual possa rastejar. No entanto, tanto os seus semelhantes como o
aparato da sociedade sem rosto fazem questão de esmagar as suas modestas esperanças,
uma após outra. Elementos criminosos exploram a sua ânsia por amor e a sua posição de
guarda-nocturno num roubo que executam, deixando Koistinen abandonado às
consequências. Tudo isto é feito com a ajuda da mulher mais apelativa desde “All About Eve”
de Joseph L. Mankiewicz. E eis como Koistinen é privado do seu emprego, da sua liberdade e
dos seus sonhos. Felizmente para o nosso protagonista que o autor do filme tem a reputação
de ser um velho de coração mole, portanto podemos assumir que há uma centelha de
esperança iluminando acena final.

*****
A minha alma não poderia tolerar o género de realismo agreste necessário para descrever a
moderna cidade de Helsínquia – sinto-me como se fosse forçado a ir contra um muro de
pedra. Sinto-me, também, forçado a redesenhar todas as cidades escondidas em várias
décadas. Não consigo mostrar um carro moderno porque eles são tão feios e impessoais.
Consegui fotografar Londres e Paris sem mostrar um único carro e, apesar disso, os meus
filmes passam-se nos tempos modernos. Defendo uma câmara que se identifique com os
cenários da época que são descritos – e que represente essa época em toda a sua
selvajaria.

AkiKaurismäki

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