Quem és tu quando e onde me olhas? Quem sou eu quando te dou tempo para parares em mim o teu olhar? Como iremos usar os minutos preciosos que o nosso encontro durou? Será que essa mão estendida me quer realmente acolher? Porque não me deixas agora partir? O corpo, no qual ainda hoje nos recolhemos, é a dobradiça da porta que se abre e fecha, o ponto onde cruzamos o dentro e o fora, aquilo que vemos e sentimos. É esse, e apenas esse, o território do encontro.
SCOPE
NOVA CRIAÇÃO DE RUI HORTA
23 a 25 de Novembro
Dia 23: 19H e 21H30
Dia 24: 19H e 21H30 | Dia 25: 16H e 19H
Palco do Grande Auditório
Centro Cultural de Belém
Aprofundar o olhar sobre a comunicação e as inevitáveis fronteiras que entre nós colocamos. Espaço de manobra para a percepção dos mais ínfimos detalhes e das mais subtis diferenças.
O público dentro de um universo de dúvida e estranheza, num espaço cénico partilhado com os intérpretes, que a cada instante condiciona a percepção. Aceitar esse lugar único de público em diálogo com a obra, de público transformador.
A percepção, o diferente olhar que temos da mesma realidade. Os intérpretes descobrem-se a si mesmos e o público reinventa o ângulo de visão. “Como és” e não “quem és”. A enorme distância entre o “como” e o “quem” é a viagem da obra em busca do objecto o mais subjectivo de todos, o do desejo. “Vaivém” entre a razão e a emoção, a surpresa e o trompe-l’oeil.
Percurso sinuoso, construção virtual habitada pelos nossos próprios fantasmas, funcionando como uma verdade, algo que desloca o “que vemos” para o “que queremos ver”.
E que território de mal-entendido mais universal existirá que o do amor?
Cada um verá o que entender, ou melhor ainda, entenderá à sua maneira aquilo que quer ver.
Rui Horta
RUI HORTA
Natural de Lisboa, iniciou os estudos de dança no Ballet Gulbenkian. Continuou a sua formação em Nova Iorque, onde dançou em vários projectos e foi professor em escolas conceituadas.
Nos anos oitenta distinguiu-se como um dos mais importantes impulsionadores da nova dança portuguesa, tendo com ele trabalhado alguns dos mais marcantes bailarinos e coreógrafos da sua geração.
Nos anos noventa foi viver para a Alemanha, onde dirigiu o Soap Dance Theatre, grupo de referência na dança contemporânea europeia, tendo o seu trabalho sido apresentado em todo o mundo nos mais importantes teatros e festivais. As suas obras fazem parte do reportório de várias companhias, como o Ballet Culberg e o Ballet Gulbenkian.
Em 2000 regressou a Portugal, tendo estabelecido em Montemor-o-Novo, no Convento da Saudação, um centro de pesquisa transdisciplinar na área das artes do espectáculo.
Como desenhador de luzes, e para além de desenhar as luzes das suas próprias obras, colabora ocasionalmente com outros criadores das áreas da dança, teatro e ópera, desenhando as luzes para os seus espectáculos.
FICHA ARTÍSTICA:
Conceito/Espaço cénico/Textos – Rui Horta
Coreografia em colaboração com os intérpretes – Rui Horta
Desenho de luz/ Multimédia – Rui Horta, Hélder Cardoso
Criação e operação de multimédia – Hélder Cardoso
Música original – Tiago Cerqueira
Intérpretes – Romeu Runa e Elisabeth Lambeck
Textos adicionais – Miguel Rocha
Adereços de figurinos – Luís Lacerda e Nuno Tomaz
Produção – Filipa Hora
Direcção técnica – Nuno Borda d’ Água/Luís Bombico
Co-produção – Centro Cultural de Belém, Lisboa | Laboral Escena – Ciudad de la Cultura/ Gijon | Dance City, Newcastle/ O Espaço do Tempo
Apoios institucionais – Ministério da Cultura/Direcção-Geral das Artes
Apoios – Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, Escola Superior de Dança, Restart-Escola de Criatividade e Novas Tecnologias
Tour Manager Nacional – Filipa Hora/ O Espaço do Tempo
Tour Manager Internacional – CAMPAI VZW
Co-produção: CCB | Laboral Escena – Ciudad de la Cultura | Gijon | Dance City, Newcastle | O Espaço do Tempo
1 comentário:
Por que nao:)
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